Quarta-feira, 7 de março de 2018 – 10H00
O Moniz – Carlos Varela (E. S. Jaime
Moniz)
«Pessoa Ninguém: Ferdinand Personne», a partir de
Fernando Pessoa e Teresa
Rita Lopes
Pessoa,
afinal, Personne!
Nasceu
no dia de Santo António, 13 de junho de 1888. Não gostava de usar o telefone ou
tirar fotografias. Fazia cartas astrológicas sobre si e sobre os amigos. Teve
um único amor conhecido, chamava-se Ofélia Queirós, a quem pediu namoro com
tiradas de Hamlet. Vida atribulada, família desfeita, um boneco partido que sente saudades da infância. Parte com a mãe para
Durban, África do Sul, em 1896. Regressa a casa: Lisboa, seu lar. Supersticioso e fascinado pelo oculto, mas essa
errância é sobretudo interior. Encenador de ficções: Campos, Reis, Caeiro,
Bernardo Soares e de mais de 70 outras personagens mais ou menos efémeras. “E
então, em plena vida, é que o sonho tem grandes cinemas.” Só o amor pela
mãe nunca teve quebras: “Maman, maman, / Tu me manques tant/ je suis toujours
ton enfant.” Morreu a 30
de novembro de 1935. “Um dia deu-me um sono como a qualquer criança/ Fechei os
olhos e dormi.”
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