sábado, 8 de maio de 2010

Cerimónia de Encerramento

XVIII Festival Regional de Teatro Escolar
Carlos Varela
Cerimónia de Encerramento
7 de Maio de 2010
15H00

Actuações
Grupo de Ginástica
Clube de Música
Clube de Dança DancEn!gma
Entrega de Prémios
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**Lista dos Premiados**








Prémio Carlos Varela
"Quebra o Silêncio!"
Oficina de Teatro  Corpus
Escola Secundária Francisco Franco

Melhor Actor em ex aequo
Marco Lima
"Quebra o Silêncio!"
Oficina de Teatro  Corpus
Escola Secundária Francisco Franco

Bernardo Faria
" Rei Édipo"
Núcleo de Teatro do Sol
Escola B. e Secundária da Ponta do Sol

Melhor Actriz
Mara Silva
"Auto da Barca do Inferno"
Núcleo de Teatro Musical
Escola B. e Secundária da Calheta

Melhor Texto
"Quebra o Silêncio!"
Oficina de Teatro  Corpus
Escola Secundária Francisco Franco
Melhor Encenação
" Rei Édipo"
Núcleo de Teatro do Sol
Escola B. e Secundária da Ponta do Sol

Melhor Realização Plástica
"Auto da Barca do Inferno"
Núcleo de Teatro Musical
Escola B. e Secundária da Calheta

Menção Honrosa -  Versatilidade, Postura em Palco
Francisco Faria
"Felizmente Há Luar"
Clube de Teatro "O Moniz - Carlos Varela"
Escola Secundária Jaime Moniz

Louvor  - Participação como Intérprete

Gonçalo Pacheco
"Felizmente Há Luar"
Clube de Teatro "O Moniz - Carlos Varela"
Escola Secundária Jaime Moniz

Ivone Fernandes
"Felizmente Há Luar"
Clube de Teatro "O Moniz - Carlos Varela"
Escola Secundária Jaime Moniz

Sandrina Freitas
"Felizmente Há Luar"
Clube de Teatro "O Moniz - Carlos Varela"
Escola Secundária Jaime Moniz

Andreia Pereira
" Rei Édipo"
Núcleo de Teatro do Sol
Escola B. e Secundária da Ponta do Sol

Sofia Silva
" Rei Édipo"
Núcleo de Teatro do Sol
Escola B. e Secundária da Ponta do Sol

Louvor  - Abordagem Temática

"Camaleão é Bicho"
Grupo de Teatro da APEL
Escola da APEL

"Antónia - A Toureira"
Clube de Teatro Project  Arte
Escola B. e Secundária do Carmo
  
Louvor  - Instalação Cénica
"Ensaiando Catarina"
Grupo 9x3
Escola  E B 2-3 dos Louros

Louvor  - Adaptação e Recriação de Contos Tradicionais
"Auto da Barca do Inferno"
Núcleo de Teatro Musical
Escola B. e Secundária da Calheta

Louvor  - Referência a Raízes Culturais Madeirenses
"Vamos Fazer uma História?
Oficina de Teatro Zarco
Escola B. e Secundária Gonçalves Zarco

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Escolas/Grupos Participantes no Festival:




Escola S. Jaime Moniz (Clube O Moniz - Carlos Varela)
Escola da APEL (Grupo de Teatro da APEL)
DREER/NIA (Grupo de Mímica e Teatro Oficina Versus)
Escola S. de Francisco Franco (Oficina de Teatro Corpus)
Conservatório - Escola Profissional das Artes da Madeira (Alunos do 1º ano do Curso Profissional de Artes do Espectáculo - Interpretação)
Escola EB 2-3 dos Louros (9 x 3)
Escola B.e S. D. Manuel Ferreira Cabral (Alunos de Expressão Dramática do 8º Ano)
Escola B. e S. da Calheta (Núcleo de Teatro Musical)
Gabinete Coordenador de Educação Artística (Grupo Juvenil de Teatro)
Escola B. e S. Gonçalves Zarco (Oficina de Teatro TeatroZarco
Escola Básica e Secundária de Ponta do Sol (Núcleo de Teatro do Sol)
Escola Bás. e Sec. do Carmo (Clube de Teatro Project Arte)
Agradecimentos:
Conselho Executivo da Escola Secundária Jaime Moniz
Direcção Regional da Educação
Direcção Regional de Juventude
Direcção de Serviços de Desenvolvimento Rural
Câmara Municipal do Funchal
Conservatório – Escola das Artes
Gabinete Coordenador de Educação Artística
Professores, funcionários e alunos da Escola Secundária Jaime Moniz
Encarregados de Educação
Formadores dos Ateliers (António Freitas, Duarte Rodrigues, Luís Melim, Márcia Rodrigues, Marlene Abreu, Paula Erra, Xavier Miguel)
Júri do Festival (Ana Amaro, Conceição Freitas, Eduardo Luíz, Maria Manuel, Mário Bettencourt)
Banif
Teatro Experimental do Funchal
Clube DancEn!gma
Grupo de Ginástica da ESJM
Clube de Música da ESJM
António Freitas, Carla Rodrigues, Elisabete Cró, Fátima Marques, Fernanda Martins, Inácio Freitas, José António Gouveia, José Paulo Camacho, Marco Aguiar, Marco Freitas, Micaela Martins, Odílio Freitas, Ramiro de Gouveia, Susana Rodrigues, Teresa Vasconcelos, alunos das turmas 11º 20 e 11º 21, funcionários dos Audiovisuais, técnicos da DRJ e da DRE,
e a todos aqueles que, directa ou indirectamente contribuíram com o seu esforço e dedicação para a concretização deste evento.

Antónia – A Toureira

Escola Básica e Secundária do Carmo
Clube de Teatro Project Arte

Antónia – A Toureira
Autoria: Projecto EQUAL

(30 min)



Uma rapariga acalenta o sonho de ser toureira, rompendo com os estereótipos e lutando contra o machismo da sua família; irá conseguir….

Rei Édipo

Escola Básica e Secundária de Ponta do Sol
Núcleo de Teatro do Sol

Rei Édipo
Autoria: Sófocles

(60 min)




Édipo, o rei de Tebas, na tentativa de descobrir o motivo da peste que assola a cidade, pede a Creonte que consulte o oráculo. Este afirma que a desgraça só terá fim quando a morte do rei Laio, que antecedeu Édipo, for vingada. O rei manda buscar Tirésias, um vidente, para perguntar-lhe quem é o assassino. O velho adivinho tenta esquivar-se de responder à pergunta do rei, mas, como a insistência é muito grande, termina por revelar que ele, Édipo, foi quem matou Laio. O rei não aceita, diz que é impossível. Entretanto, ao ser mencionado o local onde Laio havia sido morto, Édipo lembra-se de que, quando viera embora de sua cidade, fugindo da profecia de que mataria o pai e casaria com a mãe, envolveu-se em uma briga e matou um homem. Ao interrogarem um criado que acompanhava Laio no dia do embate, e que fugira de medo, Édipo pode confirmar a sua suspeita. Porém, um mensageiro vem trazer ao rei a notícia de que seu pai, Políbio, morrera. Jocasta acredita, por isso, que parte da profecia de Édipo não se cumpriu, pois seu pai morreu de morte natural. Entretanto, os deuses lhe reservam uma surpresa, pois o mensageiro que trouxera a notícia da morte de Políbio revela que Édipo não é filho natural nem dele, nem de sua esposa, pois havia sido abandonado. Ao ouvir a história, Jocasta compreendeu tudo, imediatamente. Tomada de horror por tal situação, enforcou-se. Édipo, ao dar-se conta do que estava acontecendo, vazou os próprios olhos com o alfinete de ouro que prendia a roupa de sua esposa-mãe. Após esses acontecimentos, Édipo saiu pelo mundo, vagando, sem nada enxergar. Depois de muito perambular pelo mundo, chegou, com a filha Antígona, na cidade de Colona, onde viveu até o fim de seus dias.

VAMOS FAZER UMA HISTÓRIA?

Escola Bás. E Sec. Gonçalves Zarco
Oficina de Teatro GZarco

VAMOS FAZER UMA HISTÓRIA?
Autoria: Adelaide Seabra, sobre “Continhos Populares Madeirenses” de P. Vieira de Freitas

(25 min)





Um conjunto de Bonecos, libertos do comando do Homem, passam o tempo de liberdade contando/fazendo continhos populares madeirenses.

Qual é o X da Questão?

Gabinete Coordenador de Educação Artística
Línguas de Palco - Grupo Juvenil de Teatro
Grupo Convidado

Qual é o X da Questão?
Autoria Elísio Jr. E Miguel Vieira

(45 min)








Qual é o X da Questão
Um diálogo aberto sobre a adolescência
Será que apesar de todos os meios de informação actuais os adolescentes estão preparados para iniciar a sua vida sexual?
Será que a educação sexual nas escolas acompanha a realidade das dúvidas e receios dos adolescentes?
Qual é o X da Questão, é uma abordagem directa sobre a adolescência, onde os temas “pesados”, como a descoberta da sexualidade, a gravidez, o aborto, a homossexualidade, a alimentação, a higiene e as relações familiares são também tema de reflexão para a prevenção de comportamentos de risco como o consumo de drogas, a sida, a violência familiar e excessos alimentares.
Estas são questões levantadas por um grupo de adolescentes onde se aprende a encarar a adolescência como uma grande etapa do crescimento humano.

Pois, saber também é prevenir.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Auto da Barca do Inferno

Escola B. e S. da Calheta
Núcleo de Teatro Musical

Auto da Barca do Inferno
Autoria: Gil Vicente
(60 min)



Três Contos que te vou Contar!!!

Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral
Alunos do 8ºano da disciplina de Expressão Dramática /Teatro

Autoria: Lou de Olivier – Adaptação de Cristina Andrade

(30 min)



“Uma sátira aos contos de fadas, que mostram uma realidade completamente distorcida, ensinando que a solução para tudo é se casar com o príncipe e ser feliz para sempre... É óbvio que as crianças do passado até podiam se convencer disso, mas, actualmente, com a carga de informações que recebemos o tempo todo, parece incrível que um conto de fadas ainda consiga prender a atenção de alguém por mais de cinco minutos, a menos que receba esta roupagem actual, debochada, criticando a falsidade de tais histórias. Neste texto, uma coisa puxa a outra, tudo que deveria acabar bem, desanda minutos após, as princesas ficam velhas, os príncipes ficam decrépitos, existe morte e continuidade. Seria mais uma comédia infantil, se não fosse tão ácida... e engraçadíssima!” Peça escrita em 1986 por Lou de Olivier.

Ensaiando Catarina

Escola-E B 2-3 dos Louros - Grupo 9 x 3

Ensaiando Catarina
Autoria – Adaptação livre do texto de W. Shakespeare, “A Fera Amansada”, por Diogo Correia Pinto.

(45 min)





Um grupo de teatro juvenil tenta ensaiar uma comédia de Shakespeare. Hoje é o ensaio geral e o encenador resolveu abrir o ensaio para o público. Os actores é que ainda não estão lá muito bem preparados para tamanha responsabilidade e sucedem-se acontecimentos e peripécias dignos de quem está a começar nestas lides.

Enfim, uma peça de teatro que fala da maneira de fazer teatro para miúdos que estão começando no teatro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ateliers de Formação

1. Escrita Criativa
(Márcia Rodrigues, Teatro Experimental do Funchal) – Sala 401

2. A Arte de Transformar (Atelier de Caracterização por Marlene Isabel Pinto de Abreu, Gabinete Coordenador de Educação Artística (Equipa de Animação)) – Sala 402

3. Sonorização (António Freitas) - Aprender a trabalhar com um programa de computador, para trabalhar e cortar sons, músicas, etc – sala 215.

4. Jogos de Integração (Paula Erra, TEF|Companhia de Teatro - Estabelecimento Prisional do Funchal) – Sala 404

5. Técnicas de Palco (Duarte Rodrigues, Núcleo de Inclusão pela Arte – DREER) – Sala 405

6. Artes Circenses – Malabarismo (Luis Melim e Xavier Miguel, Associação de Teatro Amador do Livramento) - Ginásio

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Mundo Começou às 5 e 47”

Conservatório-Escola Profissional das Artes da Madeira

Alunos do 1º ano do Curso Profissional de Artes do Espectáculo-Interpretação

Grupo Convidado






O Mundo Começou às 5 e 47”

Autoria: Luiz Francisco Rebelo

Quebra o silêncio!



Escola Secundária de Francisco Franco
 Oficina de Teatro Corpus

Autoria: Oficina de Teatro Corpus


(~45 a 55 min)







Um actor chega a um palco com a intenção de fazer uma audição para a peça “Quebra o Silêncio!”, mas ao que parece antecipou-se um dia. Como não há coisa melhor para um actor do que o prazer de falar, improvisar, divagar…, este não resiste e apresenta os seus pensamentos e considerações gerais sobre a vida e o quotidiano; age como um encenador que, à sua vontade, apresenta e vê as cenas em palco para ilustrar o que diz.
A temática do espectáculo desenvolve-se a partir da distância de sentimentos, a dificuldade de se expressar e manter ligações sinceras e profundas com os outros; a hipocrisia social e suas respectivas convenções; a cristalização de hábitos e comportamentos; a solidão dos pensamentos – advinda de estar fechado em si mesmo.
O actor, aproveitando-se do facto de estar sozinho, usufrui do palco com o intuito de resolver os seus conflitos emocionais, as suas dúvidas (muitas delas existenciais), apontando, por fim, formas de libertação deste turbilhão de rotina e preconceitos.


Em suma, o roteiro cénico articula vários movimentos minimalistas que são usados como exemplo das conclusões e/ou elucidações do actor-perdido.

terça-feira, 4 de maio de 2010

TEATRO COM GENTE DENTRO


GMT Oficina Versus
DREER/NIA
(Grupo convidado)

20 anos em cenas…
(versão reduzida)


20 anos em cenas de autores diversos, protagonizadas pelo Grupo de Mímica e Teatro Oficina Versus.

Camaleão é bicho?


Escola da APEL
Grupo de Teatro da APEL
Autoria: Grupo de Teatro da Apel


(~30 minutos)





Cinco alunos escolheram para trabalho de grupo o tema “A pobreza e a exclusão social”. E, de modo a compreenderem melhor esta problemática, um deles far-se-á passar por surdo, enquanto outros dois far-se-ão passar por pedintes. Escolhem realizar uma experiência numa sala de cinema, acabando não só por sentirem na pele o peso da discriminação da qual os menos privilegiados são alvo, mas também os modos como ela é praticada.

Felizmente Há Luar





Sinopse
A peça Felizmente Há Luar, de Luís de Sttau Monteiro (1926 – 1993) é um drama narrativo de carácter épico, que se baseia na tentativa frustrada de revolta liberal em 1817, supostamente encabeçada por Gomes Freire de Andrade. Após a Revolução francesa de 1789 e as invasões napoleónicas, Portugal fica indeciso entre os aliados e os franceses. Para evitar render-se, D. João V foge para o Brasil. Entretanto, após a 1ª invasão napoleónica, a corte portuguesa pede a Inglaterra um oficial para reorganizar o exército: o General Beresford.
Em dois actos, são recriados os acontecimentos históricos que em Outubro de 1817 levaram à prisão e ao enforcamento de Gomes Freire pelo regime de Beresford, com o apoio da Igreja. São apresentadas as condições da sociedade portuguesa do Século XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas.
A peça segue a linha de Brecht e mostra o mundo e o homem em constante transformação; mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria e a alienação e a denúncia da ausência de moral; alerta para a necessidade de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem.
Este texto é também uma metáfora política pois, apesar de a acção estar relacionada com um facto preciso e histórico, o seu principal objectivo seria retratar a situação de Portugal durante o Estado Novo. Nele vê-se a ditadura de Salazar e a perseguição do seu mais visível opositor, o General Humberto Delgado.
Felizmente Há Luar não foi oficialmente proibida pela censura, mas foi retirada das livrarias e a sua representação não foi permitida até 1974. A peça foi levada à cena pela primeira vez em Paris em 1969. Só em 1978 foi apresentada em Portugal, no Teatro Nacional, numa encenação do próprio Sttau Monteiro.
Referências:
Jacinto C.; Lança G.; Análise da Obra Felizmente Há Luar, Porto, Porto Editora, 2007








Ficha Técnica
Texto: Felizmente Há Luar de Luís de Sttau Monteiro
(Adaptação do Grupo de Teatro O Moniz – Carlos Varela)
Encenação: Grupo de Teatro O Moniz – Carlos Varela
Cenografia: Grupo de Teatro O Moniz – Carlos Varela (Mestre Ramiro)
Figurinos: Grupo de Teatro O Moniz – Carlos Varela
(Alguns figurinos do Teatro Experimental do Funchal – TEF)
Adereços: Grupo de Teatro O Moniz – Carlos Varela
Caracterização: Carolina Camacho
Coordenação: Fernanda Freitas
Personagens/Actores
Manuel – Francisco Faria
Rita – Diana Caires
1º Popular – Sara Gouveia
2º Popular – Neide Aguiar
3º Popular – Mariana Caires
Antigo Soldado – Jéssica Perestrelo
Vicente – André Barros
Outros Populares – Joana Carvalho, Sofia Silva
1º Polícia – Diogo Fernandes
2º Polícia – Tiago Lemos
D. Miguel – Gonçalo Pacheco
Principal Sousa – André Aguilar
Beresford – Francisco Faria
Andrade Corvo – Diogo Bettencourt
Sousa Falcão – Miguel Ângelo Pestana
Matilde – Ivone Fernandes, Angélica Jardim, Sandrina Freitas
Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina!
Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim…
Felizmente – felizmente há luar!
(Última fala de Matilde em Felizmente Há Luar)
Agradecimentos: Conselho Executivo da Escola Secundária Jaime Moniz, Direcção Regional da Educação, Direcção Regional de Juventude, Teatro Experimental do Funchal, António Freitas, Carla Rodrigues, Fátima Marques, José António Gouveia, José Paulo Camacho, Marco Aguiar, Ramiro de Gouveia, Susana Rodrigues, e a todos aqueles que, directa ou indirectamente contribuíram com o seu esforço e dedicação para a concretização deste evento.



Extracto de uma entrevista de Luís de Sttau Monteiro a Rogério Rodrigues do Diário de Lisboa em 06-10-1978

R. R. – Em que circunstâncias escreveste a peça?
L.S.M. – Escrevi-a em circunstâncias especiais. Correspondeu a um período em que eu tinha escondido em casa o Nikias Skapinakis. Foi um período perturbado. A peça foi posta à venda ao público, impressa em Dezembro de 1961. Eu fui preso logo a seguir, a dois ou quatro de Janeiro, não tenho a certeza… Tinha que entreter aquelas pessoas que tinha lá para que não me chateassem muito. Então resolvi escrever uma peça de teatro. Quando aparecia lia-lhes a peça que os entretinha muito e de que gostavam... E os primeiros tipos que ouviram a peça ansiosamente foram os tipos que se evidenciaram cá no burgo: O Mário Soares, o Chico Salgado Zenha…
R.R. – Que livros é que consultaste para escrever o “Felizmente Há Luar”?
L.S.M. – Sobretudo o Brandão, portanto, a “Conspiração de 1817”. Li muito cuidadosamente a única pela escrita em língua portuguesa sobre o Gomes Freire, além da minha, que é do Pinheiro Chagas… Depois tentei ler o processo de Gomes Freire, mas o processo, que estava na Torre do Tombo, desapareceu integralmente… Estive na Biblioteca Nacional e li tudo o que apareceu, …
Depois achei muita piada porque a personagem principal da peça, que é a Matilde, foi mais ou menos inventada. Não havia nada ou muito pouca coisa escrita sobre a Matilde. A primeira vez que eu vi coisas directamente ligadas à Matilde foi uma carta escrita pelo Gomes Freire mas que eu não me lembro de quem é que a tinha. Eu tenho a impressão que era da Biblioteca de Palmelas, mas não te posso jurar. Ultimamente é que apareceu uma carta nova, inédita, que está lá na exposição.
R.R. – Eu queria perguntar-te exactamente se a peça não é excessivamente datada. Quando a escreveste não estavas a pensar concretamente no caso do general Humberto Delgado que acabara de ser vítima, em 1958, de uma grande fraude eleitoral?
L.S.M. – É claro que estava. É evidente que estaria a pensar no Humberto Delgado, só que eu nessa altura não sabia como é que ia acabar o general Humberto Delgado… Era um gajo espantosamente popular, era adorado pelo povo de tal forma que quando o Gomes Freire é enforcado lá em baixo em S. Julião da Barra, mandam os soldados virar as costas tal o medo que tinham de que os soldados, ao verem o Gomes Freire caminhar para a forca, se revoltassem. Estás a ver a popularidade deste gajo… O Povo tinha uma consciência de classe? É evidente que em 1817 não tinha. É evidente que o Gomes Freire de Andrade representa o espírito da Revolução de 1820. Portanto é a revolução, se quiseres, de uma burguesia comercial lixada com o acordo do Brasil, mas sobretudo é a revolução de uma burguesia que já não se satisfaz com a posição nobiliárquica adquirida pela burguesia promovida a nobreza em 1395 pelo Mestre de Avis. Mas que o povo existia, existia… e o Povo seguia a classe mais revolucionária da época que era a burguesia.