15 Março (10H00)
Escola Secundária Jaime Moniz
Clube de Teatro O Moniz-Carlos Varela
As mulheres que celebram as Tesmofórias
Autoria: Aristófanes (adaptação)Esta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C, no Festival das Grandes Dionísias, em Atenas. Após uma fase de produção dramática voltada sobretudo para as questões políticas da época, Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária.
As Mulheres que celebram as Tesmofórias tratam de Eurípedes e da sua tragédia. Nesta peça, Aristófanes parodia Helena e Andrómeda, as tragédias com que Eurípedes brindara o público no ano anterior, assim como duas outras tragédias anteriores, Télefo e Palamedes. Vamos encontrar o herói em perigo, Eurípedes em pessoa, que procura a salvação com a ajuda de um velho Parente.
Dois aspectos sobressaem na caricatura feita: o gosto obsessivo de Eurípedes pela criação de personagens femininas, motivo desencadeador de violenta polémica entre o poeta e as mulheres; a produção de intrigas complexas, guiadas pelos percalços imprevisíveis da sorte, que vieram substituir-se ao carácter mais estático da tragédia antiga.
As Tesmofórias eram um festival religioso, realizado com a participação exclusiva de mulheres, em honra de Perséfone e Deméter. A época em que se realizava o festival, Outubro-Novembro, aponta para uma relação evidente com a fertilidade do solo e com as sementeiras.
As mulheres de Atenas, reunidas no templo de Deméter, durante o festival das Tesmofórias, onde é proibida a presença de homens, planeiam vingar-se de Eurípedes devido à maneira pela qual são retratadas nas suas tragédias. Eurípides pede que o poeta Agaton, de modos efeminados, defenda sua causa durante a reunião mas, diante da recusa de Agaton, um parente de Eurípedes disfarça-se de mulher e participa da reunião. Porém, ele é descoberto e preso, sendo Eurípedes obrigado a ir até o local e, após de fazer um acordo com as mulheres, consegue resgatá-lo.
A obra de Aristófanes reflecte o profundo conhecimento que tinha de Eurípedes e de Agatón, o poeta trágico. Os motivos estilísticos, musicais e métricos foram estudados em profundidade e reproduzidos com um toque de perito.
Referência Bibliográfica:
As mulheres que celebram as Tesmofórias
Aristófanes
(versão do grego e notas de Maria de Fátima de Sousa e Silva)
Instituto Nacional de Investigação científica
Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra
2ª edição, Coimbra 1988
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